NA CHINA, UM ROBÔ DE 30.000 DÓLARES FAZ SEU CAFÉ

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NA CHINA, UM ROBÔ DE 30.000 DÓLARES FAZ SEU CAFÉ

XANGAI – Em geral restritos ao chão de fábrica, os robôs começam a ganhar as ruas na cidade chinesa de Xangai, no sudeste do país. Ou, pelo menos, as cafeterias. A poucos quarteirões da movimentada Nanjing Road, rua repleta de lojas de marcas estrangeiras, e no térreo do Raffles City, um arranha-céu de 222 metros de altura, está a Ratio, a primeira cafeteria e coquetelaria automatizada da cidade. No lugar de baristas e barmen, um robô trabalha dia e noite na produção – com precisão cirúrgica – de mais de 60 opções de cafés e drinks e cobre 70% do trabalho humano. EXAME visitou o local em outubro e conversou depois com o fundador, Gavin Pathross, que antes de fundar a Ratio foi diretor de Digitalização da Yum Brands na China, grupo que administra as marcas KFC, Pizza Hut, Taco Bell, com sede nos Estados Unidos.

Inaugurada em junho deste ano, por enquanto a Ratio só tem uma unidade, mas o plano, segundo Pathross, é abrir 400 cafeterias na China em até três anos. “Tenho experiência em tecnologia e em varejo e identifiquei uma oportunidade de criar um negócio que, além de servir melhor os consumidores, também use a automatização para ser eficiente”, diz Pathross. Em seu tempo de Yum, o empresário foi um dos principais responsáveis pelo redesenho do aplicativo na China da rede de restaurantes KFC, que passou a permitir o pedido antecipado, em que o cliente só passa no balcão para retirar. Ele também fez parte do time responsável por desenvolver o ‘restaurante do futuro’ da Pizza Hut, com garçons robôs e QR codes nas mesas, por onde é possível fazer o pedido e o pagamento sem precisar esperar um atendente.

Os preços da Ratio não diferem tanto do cobrado em outras cafeterias da cidade. Um café com leite custa 28 yuans (cerca de 15 reais) na Ratio, mais ou menos o mesmo preço da Starbucks e um pouco acima da chinesa Luckin, que pede 26 yuans. Um coquetel, que custa por volta de 60 yuans (32,50 reais) na Ratio, está na média de bares da cidade.

O plano inicial é crescer nas grandes cidades chinesas, especialmente terceirizando a operação de bebidas de hotéis e restaurantes sofisticados, que contratariam a Ratio para operar o robô barmen-barista. As conversas já começaram, segundo Gavin, mas nada ainda foi fechado. Fora da China, ele está aberto a parcerias comerciais, mas não há nada concreto por ora.

Fonte: Revista Exame (https://goo.gl/WCJZ5c)